HISTÓRICO DA FAMÍLIA BALDISSERA
"BENDITO SEJA DEUS E PAI DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO – exclamo com o Apóstolo São Paulo - que por seu Santo Espírito, reúne pela IVª vez, A
DESCENDÊNCIA BALDISSERA AMERICANA.
A Descendência do grupo 15, genealogia de LUIGI BALDISSERA (filho de Pietro e Santa Londero), casado com LUCIA MARINI (filha de Giacomo e Domenica Ártico), ele de 16/10/1844, ela de 17/10/1840. Ambos de GEMONA DEL FRIULI, Província de Ùdine.
Ainda hoje, existem ali 12 famílias Baldissera, com telefone. Foram por três vezes visitadas pelo Emérito Professor, Ex- Marista RAFAEL BALDISSERA, que é filho de Luiz Pedro, neto de Pietro e bisneto de LUIGI.
Este senhor escreveu em Dialeto Vêneto uma História Familiar, que nós queremos complementar com algumas considerações.
II
ÙDINE, ou FRIULI, uma das Sete Províncias do Vêneto, é a mais oriental e nórdica, confrontando com a Áustria e Iugoslávia, sofrendo por isso, de palpável influência alemã, que através de séculos, produziu um dialeto diferente dos vários existentes no Vêneto. Contudo, a região era atravessada pela estrada dos Romanos, conservada pela famosa República de Veneza, que nomeava o território Friulano de “ Venezia Giulia” e “Venezia Carneca”, aquela no sopé dos Alpes, esta, dentro da Cordilheira Alpina. Desta maneira, apesar da preponderância do sangue Ariano, os Friulanos não tiveram dúvidas no Plebiscito de 1866 de aderirem à Unificação da “Giovane Itália”.
GEMONA – a cidade dos Baldissera - 25 Km acima de Ùdine – já no meio dos Fraguedos Alpinos, dentro dos velhos muros Romanos, tem um grande Edifício que por herança foi pertencer ao Padre Valentin Baldissera. Doado por ele à Paróquia, o transformou em: “ORFANOTRÓFIO BALDISSERA – MODESTI”, diante do qual se estende um largo chamado "PIAZZETTA BALDISSERA”, testemunho evidente da liderança civil e comunitária que os Baldissera tiveram em certa época na antiquíssima cidadezinha, fundada pelos Romanos. Tudo isso e muito mais – tornamos a repetir – vem documentado na supracitada: “ STORIA DEA FAMEIA BALDISSERA” do hoje venerando Professor Rafael.
III
O que o Benemérito Professor Rafael e Genealogista Familiar não deu maior relevo foi a situação social e econômica em que viviam os Antepassados naqueles valetões dos Alpes Cárnicos, onde a terra de agricultura era escassa, tornando a sobrevivência das famílias, em geral numerosas, problemática. Foram, assim, obrigados aos famosos “ LAVORI STAGGIONALI ALL`ESTERO”, extensivos a toda a Região Cárnica.
Pequenos ou grandes grupos partiam durante nove meses, de março a outubro, para os países que entravam na ERA INDUSTRIAL EUROPÉIA, como a Áustria, Alemanha, França e outros, em busca de trabalho assalariado, retornando aos lares somente nos 3 meses de inverno.
Podemos imaginar, talvez, as descomodidades e implicações que tal ausência trazia às famílias.
Por outro lado, porém, os Friulanos tomaram conhecimento e aprenderam trabalhos e ofícios como: ferreiro, fundição de metais, mineração, construção de ferrovias, moinhos, abertura de túneis, aterros, pedreiros e outros tantos afazeres que a máquina a vapor veio trazer para a humanidade. Não foram poucos até os que aprenderam de ouvido alguma língua estrangeira.
Foi neste contexto vivido necessariamente no Friuli, que se firmou a vocação especialíssima de “Muratore”, que distinguiu e continua ainda na descendência Baldissera.
IV
Com este preparo foi que o casal Luigi e Lúcia Baldissera, com seis filhos solteiros, tendo o Primogênito Pietro 20 anos e a mais nova Regina 8 anos, decidiram-se a imigrar. Não eram os primeiros a fazê-lo; outros vizinhos conterrâneos já imigrados escreviam, convidando à aventura.
Acertaram em família o que vender e o que era possível levar, aconselhados em parte pelos agentes da Marinha, que se encontravam em toda a parte negociando as passagens marítimas. Acertaram com eles a data do embarque, resguardando o tempo necessário para requisitar o passaporte e fazer as despedidas que sabiam ser para sempre.
V
Com o trem que descia da Áustria, embarcam em Gemona, que os leva 25 Km abaixo até Ùdine, onde o comboio dobra para Pordenone. Daí para Pádua, alcançando no escurecer a grande cidade de Milão.
Gemona del Friuli é uma comuna italiana da região do
Friuli-Venezia Giulia, província de Udine.
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No dia seguinte, com o transbordo noutro trem, que demanda o Sul, desembarcaram no Porto de Gênova: percorreram, assim, 512 quilômetros.
Junto ao mar estava ancorado o Vapor San Marco, e formigavam no Porto milhares de êxules, vindos de tantos lugares, para embarcar. Fizeram-no em terceira classe, homens separados das mulheres, no tombadilho abaixo do nível da água............
VI
A travessia do Mar Mediterrâneo e do Oceano Atlântico demorou até 19/2/1887, quando pisaram novamente terra na ILHA DAS FLORES, donde ao longe se enxergava o Pão de Açúcar do Rio de Janeiro .
Ali permaneceram durante uma semana até se somar o grupo que iria para o Sul com o vaporzinho de nossa Costeira RIO PARANÀ. Em cinco dias balançando em nosso litoral, os deixou no Porto de Rio Grande. Ali transmudaram-se para Barco Fluvial que Lagoa dos Patos acima os deixou em PORTO ALEGRE.
No dia seguinte, 3 de Março, retomam outro Batel que Rio Jacuí acima, leva-os à chamada MARGEM no Rio Taquarí - ( hoje General Vargas) - então início da Estrada de Ferro da fronteira.
Quarenta quilômetros acima de Cachoeira, desembarcam para atravessar o Jacuí na Ponte de Madeira chamada: PORTEIRA DO RIO GRANDE, visto não existir ainda a Ponte de Ferro.
Na outra margem retomam o comboio para a ESTAÇÂO COLÔNIA , hoje CAMOBI.
Conduções de carretas e montaria do Governo os levam à Praça dos Imigrantes em Silveira Martins, nos Barracões de Chegada, junto à Comissão de Distribuição de Lotes.
Foram ali informados que as terras disponíveis por perto estavam tomadas. Somente havia em os Núcleos Norte e Soturno, distantes lugares que se estavam medindo em plena serrania da floresta.
Mas, Luigi e família, sabendo que seu ofício de Pedreiro exigia estabelecer-se em lugares povoados, compraram terras de particulares na baixada de Vale Vêneto, na LINHA SANTA LÚCIA. Chegava ao Termo a difícil mudança!
VII
A família ora estabelecida de oito indivíduos eram: o Casal LUIGI e LUCÌA. Três filhos homens: PIETRO, GIÁCOMO e LUIGI FILHO. Mais as três meninas: MARIA, MADALENA e REGINA.
Agradeciam a Deus ter chegado sãos e salvos. Feitas as primeiras plantações de subsistência, já ergueram um “ Solaro de Sassi “.
Com tal família de jovens crescidos, puderam, quatro anos depois, pensar em casamentos. Assim:
Em fevereiro e março de 1891, casam Pietro com Thereza Beviláqua e Maria com Carlo Delross.
Já em 1894 casam mais dois: Giácomo com Luigia Londero e Madalena com Francesco Giuseppe Bolzan.
Finalmente em 1898 casam os dois últimos: Luigi Filho com Lúcia Brondani e Regina com Giuseppe Loro.
Gostaríamos de aqui perguntar: há neste encontro descendentes, netos ou bisnetos dos casais: Carlos Delross - Francesco Giuseppe Bolzan e Giuseppe Loro????
VIII
Bastante cedo, ainda que não muito solicitados no início, os Baldissera puderam se dedicar ao seu trabalho de pedreiro, acontecendo que a 02/06/1900, Luigi, empenhado na construção da igreja de Corpus Christi, sofreu uma queda fatal dos andaimes, com 56 anos de idade. Sua morte ficou na história. Uma placa de bronze relembra esta fatalidade na frente da hoje Matriz de Vale Vêneto. Sua mulher, dona Lúcia, na velhice, acompanhou os descendentes para a Colônia São Miguel, onde faleceu a 04/07/1913.
Dos descendentes Baldissera – pode-se afirmar – que não há lugares na Quarta Colônia onde não haja construções de alvenaria por eles executadas, em igrejas, capitéis, casas de moradia, salões, armazéns e outros. Sejam descendentes de Giacomo, Luigi Filho e Pietro.
Pergunto: há aqui neste encontro descendentes, netos ou bisnetos de GIACOMO e LUIGI FILHO que em boa parte foram habitar a Região de São Miguel????
IX
Quanto a PIETRO BALDISSERA, o Primogênito, casado com Thereza Beviláqua – (filha de Pietro e Catarina Basso, nascida a 2/11/1871 em Piavon de Treviso) - houveram a grande descendência de dezessete filhos.
Seria por demais longo enumerá-los. Mas o oitavo batizado com o nome de Ângelo Moisés a 15/5/1901, devemos especial referência por ser o tronco dos descendentes que promovem este Quarto Encontro.
Ângelo casou em Vale Vêneto a 6/10/1920 com a vizinha conterrânea Luiza Virgínia Beviláqua – ( filha de Giuseppe e Luiza Brondani, nascida 25/8/1904) -.
Tendo seu mano Antônio feito obras em 1932, reestruturando o Salão da “ SOCIETÀ GIOVANILE “ em Colégio para a vinda das Irmãs, estas em 1934 empreitaram com Ângelo o Segundo Pavilhão que foi acabado em 1/4/1935.
A família já tinha cinco filhos: Hilda – Alzira – Cândido – Orivaldino e Lídia que vieram morar em aluguel na então Vila de Nova Palma.
Já nesta Época, se estruturou a Sociedade Hospitalar Nossa Senhora da Piedade para a construção do Primeiro Hospital, que foi empreitada por Ângelo com um seu ajudante Inocente Vendrusculo.
Ao Ângelo tocou rabiscar a primeira planta, que executou até ser inaugurada a 8/12/1938. Foi inscrita uma placa de mármore assim:
HOMENAGEM A TODOS OS QUE COOPERARAM PARA EDIFICAR ESTE HOSPITAL
NOSSA SENHORA DA PIEDADE.
SERVIRAM DE PADRINHOS NO ATO DA INAUGURAÇÃO:
RAIMUNDO ALÉSSIO, ÍTALO BERTOLDO E ÂNGELO BALDISSERA.
Ângelo com sua família era sócio com duas ações que, em 1939, doou ao Hospital, sem reservar quaisquer direitos.
Estabelecido na Vila, na Rua Siqueira Couto houve mais os filhos: Iraci Tereza – Celestino Gentil – Almiro – Clecí Almira , completando um número de dez filhos.
Tocou a uma parte desses organizar este Quarto Encontro, que ora estamos agradecendo a Deus e logo mais trará Conhecimento e Fraternidade à larga descendência Baldissera, que desde 1999 vem promovendo esta iniciativa, que tantas famílias de descendência dos imigrantes, desde 1975 em diante, vêm realizando.
X
Ângelo Moisés Baldissera faleceu a 23/10/1960 e sua santa esposa a 20/7/1993. Descansam em nosso campo santo e na lembrança dos novapalmenses.
Durante os 26 anos que Ângelo e família se estabeleceram em Nova Palma, construíram dezenas de moradias, capitéis, armazéns, capelas e outros, solidamente construídos.
Distinguiu-se como continuador o filho CELESTINO BALDISSERA – (que apesar de prematuramente falecido) – ergueu boa parte do NOVO HOSPITAL e, num segundo andar da Canônica, o CENTRO DE PESQUISAS GENEALÓGICAS, (CPG), do qual retiramos as notas apresentadas e tantas outras que ficam à disposição de quantos queiram aprofundar as pesquisas e a história familiar dos ancestrais, que, conduzidos pela Providência Divina, vieram colonizar a Quarta Colônia Imperial de Silveira Martins no Rio Grande do Sul. Inesquecíveis Avoengos que hoje, lá do Céu, acompanham e abençoam este ENCONTRO.
Toca à Descendência perguntar: Qual a força que sustentou estes Ancestrais em tamanhos sacrifícios???
1. Uma operante FÉ CRISTÃ ROBUSTA com que sabiam responder aos apelos divinos através das necessidades em que pediam a Deus não milagres, mas força para agir;
2. Um insopitável desejo de terem uma terra em Propriedade, onde sonhavam criar uma família íntegra e pura, indissoluvelmente unida pelos santos Mandamentos da Lei de Deus;
3. Dentro destas metas, esqueceram a si mesmos, pensando em legar estes Valores Eternos a nós, seus Descendentes. Seremos nós dignos de tal Herança??
Queira Deus, a quem rogamos, QUE ASSIM SEJA e ASSIM ACONTEÇA!!!"
Gostaria de agradecer essa postagem. É muito interessante ver de onde minha família veio e como veio parar no Brasil. Sou tataraneto de Giácomo Baldissera.
ResponderExcluirObrigado. Poderia enviar por e-mail sua ascendência para adicionar na árvore de Giácomo Baldissera. gilmarbaldissera@gmail.com
ExcluirSou neta de walmor baldissera, filho de Luiz e Palmira. Meu biso era pedreiro, e eu achava q ele poderia ser filho de Luigi Filho, como descubro?
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